ressaca de ano velho...

Estamos ainda na ressaca do ano novo, o que é bom, porque se repararmos bem, andam p’raí uns quantos que nem chegam a entrar de ressaca... e outros que a vão curar para São Tomé à custa dos erários públicos...
Seria giro, então, fazer aqui uma revista de 2004, não? Bora lá.
Aqui em Portugal, se olharmos para trás, de que é que nos lembramos logo? Euro 2004. Que foi em Junho. Logo, metade do ano não existiu. A partir daí, tudo aconteceu. Nada antes. Durão refugia-se em Bruxelas, Santana e as suas santanetes alojam-se no governo, dão barracada e é à barracada final que estamos ainda agora, princípios de 2005, a assistir. A política, pá, foi mal, muito mal. Por este andar nós, os cómicos, ainda perdemos o emprego, tanto o jeito dos gajos da política para a comédia. Aquele Santana, ganda maluco... tem jeito tem... aquelas facadas que leva nas costas como se fossem palmadinhas, pá... se eu estivesse no lugar dele tinha mais cuidado com as palmadinhas, como por exemplo agora as do Sarmento, que já foi boxista, pá. E o Durão? O Durão é como aquelas personagens de novela brasileira ou aquelas da TVI que são traduções de mexicanices e venezuelices, que aparecem e desaparecem da trama sem que se dê por isso. Só que neste caso deu-se. Temos saudades do discurso da tanga.
A economia andou aos solavancos, na volta a Ferreira Leite não tem carta de condução. Bem, mas se fosse apanhada a conduzir sem carta, o pagamento da multa contribuiria mais para o esbatimento do défice que a sua actuação nas finanças... o tipo que para lá foi a seguir tem uma boa característica, é benfiquista, mas talvez seja por isso que deixa as contas do estado como deixa. Já que falamos de futebol, o Euro teve um efeito psicológico importante mas, pelos vistos, a economia não beneficiou grande coisa com essa organização. No entanto, teve a vantagem de pôr a malta toda na rua de bandeira na mão e cerveja na outra à espera sabia-se lá do quê, tal como o brasuca seleccionador aconselhou. Acho que no final o povo português se sentiu todo um pouco como o Roberto Leal (não por ser luso brasileiro, mas por ser um grandessíssimo otário). Como diriam os malucos do riso, “vimo-nos gregos”. Mas no fundo até foi bom ganhar a espanhóis, ingleses e holandeses, afinal eles sempre foram a ameaça do grande Império Português! O pior mesmo foi perder dois jogos com a pior equipa do Euro, que estava cá claramente para não deixar jogar e para desacreditar Portugal. E conseguiram. Subjugaram-nos no futebol e agora já nem são os mais pobres da antiga Europa dos 15, somos nós.
Querendo deixar o país em alta mas deixando-o afinal
em alta tanga, Durão foge para Bruxelas. O Santana, que, dizem as más línguas, gosta muito de tanga, logo se aprontou a ser primeiro ministro. Como já disse, se já estávamos a subir, ou não, demos um tombo do caraças.
Só a Quinta das Celebridades deu um empurrão à economia, tanto que os analistas de economia dividem o ano em dois em termos macro-económicos: o antes e o depois da Quinta das Celebridades. A Quinta trouxe uma nova esperança aos portugueses que, ao verem os famosos desconhecidos a chafurdar em lama, a tratar dos porquinhos, a imitar os anões da branca de neve ao voltar do trabalho na horta (sem querer ofender os anõs da Disney) e a rebolar (aos pares) nos fardos de palha, aperceberam-se de que cá fora ‘tava-se melhor, ‘tava-se, ‘tava-se! Leva de consumir! Os “portugueses” tiveram no último trimestre de 2004 um programa de telelixo do mais inovador que há, inspirado talvez no Big Brother inglês, que também contava com uma personagem sexualmente ambígua (embora essa tenha feito operação). Aliás, nesse BB inglês o vencedor foi esse transsexual português - espectáculo, estamos mesmo a melhorar as nossas performances a nível internacional. Papámos os ingleses no futebol e no telelixo! Já agora um aparte: este país não tem mesmo sentido de humor: como vai agora o Emplastro conseguir animar os telejornais e transmissões de futebol com aquela carmalheira nova que o Herman pagou? Óh Herman, óh Herman!
Por falar em herman, só mesmo o processo Casa Pia conseguiu animar o ano, tendo avançado vertiginosamente. Ao fim de quase três anos já começou o julgamento. Pode ser que, por este andar termine daqui a uns 20, quando tiver prescrito e já não se possam condenar os réus!. Afinal os recursos são sempre um recurso para a defesa e uma maneira de ganhar um processo é empatá-lo até que a condenação não seja possível!
E aqui não se passou mais nada. Lá fora é que o ano foi mais mexido e tudo mudou. O mundo não vai mais ser como antes de 2004. afinal, além do Afeganistão, Médio Oriente, América Latina, agora também o Sudão e o Iraque reivindicam os seus próprios atentados e praticam o terrorismo. Até na vizinha Espanha. Agora, com Bush na presidência, acabaram-se as invasões de países estrangeiros (qual será o próximo) com uma lista infindável de argumentos, cada um mais elaborado que o outro; os Estados Unidos vão respeitar ainda todos os acordos que ainda limitam a sua acção de patrões do mundo, e que são os protocolos ambientais e os da justiça internacional. Eu até já tou a ver as fábricas americanas a comprar catalizadores e escapes à Casal e, à Macal e ao Matias para evitar a popuição. O Tribunal Penal Internacional é que ainda não vai poder contar com os americanos, o que se compreende. Os EUA ficariam sem chefias ,militares se estes fossem julgados por um tribunal independente. Mas eu até tenho uma proposta: se o TPI adoptasse o esquema de funcionamento dos portugueses, os americanos aceitariam. Não haveria condenações... pelo menos, no século presente...
No Iraque, por exemplo, além do petróleo os americanos descobriram uma verdadeira mina de gajos prontos a rebentarem-se sabe-se lá porquê... Será pela linda fronha do Saddam? Ou do seu líder espiritual Bin Laden, aquele tipo que anda sempre de lençol embrulhado na cabeça e bigode à Zé Maria Martins? Não. São as dúzias de donzelas virgens, o ouro, o mel que têm à entrada do céu? Bem, se for, onde me posso inscrever?
Pá e agora o tema do momento: o tsunami asiático. Eu, que sou um gajo positivo, tenho de ver aspectos bons em qualquer situação. Daí que, como não encontrei nenhum, tive de perguntar ao senhor Bush, sim, aquele da Casa Branca. Correspondemo-nos desde que descobrimos que ambos fazemos colecção de caixas de preservativos – ele, os que cata às filhas, aquelas malucas, eu, não vos vou revelar! a verdade é que no fórum o gajo disse um aspecto positivo que realmente faz sentido: ora, sendo aquela área das mais pobres do planeta, onde grande parte da população sobrevive com menos de € 1 por dia, e tendo a onda arrasado parte da área e matado milhares, a probabilidade de grande parte das vítimas terem sido pobres é alta. Ou seja, a onda fez mais por acabar com os pobres do que a comunidade internacional, que já ouvi, prometeu 3 biliões de € em ajudas e que apenas cedeu ainda menos de 30 milhões
Ah, e já agora, que me inscrevi num curso de astrologia por correspondência com o Mestre Makelele, posso fazer as minhas previsões, que poderão ser uma surpresa completa para quem não pratique a ciência oculta...

1 – O Iraque vai estar em guerra e irão haver atentados contra estrangeiros. Talvez se os raptores apostassem no mercado dos filmes porno tivessem mais saída os seus filmes de série B que mostram pessoas a ser degoladas e gajos de fralda de tecido na cabeça. Perdem a seriedade.
2 – em Israel os grupos terroristas palestinianos continuarão explodirão autocarros. Os israelitas, obcecados pela história alemã, vão construir um muro tipo o de Berlim para separar a região judaica da árabe. Conselho: usem aviões ou comboios, está mais na moda e até existem voos charter mais baratos...
3 – irão ocorrer catástrofes naturais por todo o planeta. Vão aparecer gajos a dizer que estamos no fim do mundo ou só para dizer que são reis do jet-set...
4 – o clube que vai vencer a superliga é português. Embora tenha ainda mais estrangeiros que a selecção.
5 – a nova novela da TVI terá mais de 600 episódios e poderá demorar mais de 2 anos a passar nos ecrãs dos tugas... haja paciência. Passem mais programas bons, tipo o do Goucha e já agora contratem choradeiras para aquele programa que o pseudo-sentimentalismo pimba do programa pede-o, e contratem o pianista da SIC que farão sucesso. Com o Padre Borga, teríamos o programa da manhã ideal para sair de casa!

Só tive tempo de fazer estas previões antes de perder o interesse. É um saber demasiado sério.

Carnaval

Tenho uma relação amor-ódio com o Carnaval, que aqui na zona se festeja nos milhentos bailaricos.
Por um lado, gosto de encarnar personagens, por outro não costumo admirar muito as imagens dos outros. Principalmente se estão mascarados precisamente como eu. Só demonstram falta de imaginação e dificultam-nos o engate: imagina que vês dois Macaco Adriano, que por si só não deve ser já muito sexy, se a gaja vê dois fica confusa. Estraga-se o clima. Entra-se numa espécie de competição animal entre elementos da mesma espécie.
Depois, também me causa impressão a quantidade de tipos que se vestem de gaja. Será que nunca ouviram falar de Freud, aquele psicólogo que diz que todos nós temos sentimentos, aspectos da nossa personalidade inconsciente que se revelam em determinadas situações? Isto faz-me pensar: Será o Carnaval uma dessas situações? Se sim, parece que temos muitos mais gente alegre por aí do que se diz... Ai ai...
E aqueles tipos irreconhecíveis, tipo máscara e fato completo, assustam-me. Tenho medo, pronto. Sabe-se lá, pode ser a vizinha boa do lado ou o gay da freguesia que está lá dentro.
E depois, os putos. Daqueles mesmo chatos com a última geração das pistolas de água superpotentes. Mas para este problema já descobri a solução durante um baile do ano passado. Estava mascarado de primitivo, um fato muito original, e descobri que se desse com o maço com força suficiente num desses putos, nem esse nem os outros me chateraiam mais. Pena que depois eram os pais deles que andavam atrás de mim, vá-se lá saber porquê!

puto russo

Existem notícias que funcionam como que bombas. E se de repente o vosso melhor amigo vos dissesse que tinha um tumor? Bem, não foi bem de repente, dados os sintomas persistentes, mas nunca se está à espera do pior... E ainda não estou, além de me controlar a mim ainda tenho de dar força aos putos... "fodam-se putos, a medicina tá bué avançada, o puto vai tar entregue aos melhores especialistas, e acima de tudo existem gandes chances de não ser maligno porra, recuso-me a acreditar no pior e vocês deviam fazer o mesmo. Lá pr'o fim da semana vai tar tudo resolvido e ainda nos vamos rir da figura que tamos a fazer". Puto Tocas, puto Libório, nunca os tinha visto assim... quero dizer, excepto quando os quatro e mais alguns, nos púnhamos a rir ou a chorar com as merdas mais estúpidas que se possam imaginar. Com a diferença de desta vez o motivo não ser álcool nem droga.

Puto Russo pagaste uma rodada antes de bazar mas não penses que te escapas de mais! A malta precisa da tua diferença.