Papa Léguas

"Tudo o que se refere ao homem é dotado de contingência"... Vidal de La Blache (geógrafo)

26.1.05

Carnaval

Tenho uma relação amor-ódio com o Carnaval, que aqui na zona se festeja nos milhentos bailaricos.
Por um lado, gosto de encarnar personagens, por outro não costumo admirar muito as imagens dos outros. Principalmente se estão mascarados precisamente como eu. Só demonstram falta de imaginação e dificultam-nos o engate: imagina que vês dois Macaco Adriano, que por si só não deve ser já muito sexy, se a gaja vê dois fica confusa. Estraga-se o clima. Entra-se numa espécie de competição animal entre elementos da mesma espécie.
Depois, também me causa impressão a quantidade de tipos que se vestem de gaja. Será que nunca ouviram falar de Freud, aquele psicólogo que diz que todos nós temos sentimentos, aspectos da nossa personalidade inconsciente que se revelam em determinadas situações? Isto faz-me pensar: Será o Carnaval uma dessas situações? Se sim, parece que temos muitos mais gente alegre por aí do que se diz... Ai ai...
E aqueles tipos irreconhecíveis, tipo máscara e fato completo, assustam-me. Tenho medo, pronto. Sabe-se lá, pode ser a vizinha boa do lado ou o gay da freguesia que está lá dentro.
E depois, os putos. Daqueles mesmo chatos com a última geração das pistolas de água superpotentes. Mas para este problema já descobri a solução durante um baile do ano passado. Estava mascarado de primitivo, um fato muito original, e descobri que se desse com o maço com força suficiente num desses putos, nem esse nem os outros me chateraiam mais. Pena que depois eram os pais deles que andavam atrás de mim, vá-se lá saber porquê!