Papa Léguas

"Tudo o que se refere ao homem é dotado de contingência"... Vidal de La Blache (geógrafo)

18.5.05

Galaico-português: há que preservar

Já tinha conhecimento desde há anos da contenda cultural que se trava para lá do Minho entre aqueles que defendem a independência galega e aqueles que esperam uma fusão completa com a restante Espanha. Porém ontem, e por mero acaso, deparei-me com um site ( http://www.agal-gz.org/ ) que pugna por proteger a cultura galaico-portuguesa. Ao que investiguei depois, não é a única e quase todas agradecem a Portugal por ter sabido e conseguido proteger e expandir uma língua que, pese embora pequeníssimas variantes, é a mesma.
Deste lado da fronteira deveríamos ter mais consideração pelos que têm a mesma origem linguística (e cultural) e ajudá-los a conseguir a plena cidadania cultural galega, seja em território espanhol ou independente. Temos essa obrigação. Não podemos pensar que a nossa língua é apenas falada em Portugal e ex-colónias.
Espanha pratica na Galiza o mesmo que pratica em todo o restante território, e que é a eliminação sistemática das diversas línguas e expanção do castelhano como língua "superior". Pelo menos até ao fim da ditadura fe-lo.
Portugal e a Galiza tiveram a mesma génese territorial e linguístuca, diversa da leonesa e asturiana, o que diferencia linguisticamente todo o ocidente peninsular e permitiu a Portugal a manutenção da independência mas que foi fatal à Galiza.
Por minha parte, vou agora prestar mais atenção aos autores galegos, que nos abre as portas para além deste rectângulo e das "ex-colónias" de "além-mar". E tentar ajudar no que me for possível na causa galega.