Portas & Louçã

Toda a gente sabe quais são os defensores da moral, tanto à direita como à esquerda: Portas e Louçã. Como não podia deixar de ser, o debate entre os dois foi bastante renhido. Como sabemos, Portas tem o dom de desapacientar os outros até à exaustão e Louçã o de se deixar desapacientar facilmente. Se bem se lembram, Louçã acabou por dizer que Portas não podia falar de aborto porque nunca tinha “gerado vida”. Quem ficou contente com estas declarações foi a ala “gay” do Bloco, que logo se apressou a dizer ao líder que também não podia defender os direitos dos “gay” sem ter experimentado...
Seguindo este exemplo, teríamos muitos debates que sairiam enriquecidos, não acham? O debate do défice das contas públicas: “bem, ainda bem que experimentámos um défice grande, agora podemos ter uma opinião”. A questão da liberalização das drogas leves obrigaria a direita a experimentar (quem ainda não experimentou...). E aquela questão de Portugal poder vir a ser um país desenvolvido? Podíamos experimentar? Já agora o suicídio, o que acham?
Já agora, ouviram falar dos cartazes em Lisboa que tinham fotografias dos chefes dos partidos e que levaram uma pintinha vermelha no nariz? Também não se podiam queixar sem experimentar!