Papa Léguas

"Tudo o que se refere ao homem é dotado de contingência"... Vidal de La Blache (geógrafo)

6.6.05

"Não". Todos diferentes, todos iguais?

Quanto mais leio blogs do "não", mais me convenço que não existe real diferença entre as tendências do "não". Simplesmente, "não" é "não". É absoluto. Votando "não", vota-se incógnita.

A diferença existe, sim, entre o "sim" e o "não". Os mesmos que defendem o "sim", tenho a certeza, vão pugnar por uma alternativa. Os defensores do "não", vão continuar a bater-se contra a Europa.

O problema é que as extremas (direita e esquerda) aparentam (e só aparentam) ter saído vencedoras deste processo. Só que nós sabemos que não é bem assim. Os motivos que levaram à rejeição do Tratado deveram-se, antes de mais, a motivos internos (o que eu julgaria impossível em países tão avançados, uma mistura de temas tão díspares).

Esperemos é que esta aventura franco-flamenga não comprometa a construção europeia, como tanto estes "nãos" em tudo iguais o queriam.

Com a devida vénia a JPP, concordo com o que diz Carlos Vale Ferraz no Público de hoje - "A afirmação de alguns aprendizes de feiticeiro de que o Não ao tratado constitucional europeu é o Não da positiva, o Não que permite refundar a Europa noutras bases, tem a mesma lógica que alguém esmagar os dedos a um pianista mediano com o argumento de que quer fazer dele um grande guitarrista!".